segunda-feira, 13 de junho de 2011

Uma sensação ótima é acordar, me levantar, preparar o café da manhã em casa, sem pressa, vendo TV ou ouvindo música, pensando no que vou fazer durante o dia. Melhor ainda quando acompanhado pela mulher que amo.
Chegar em casa à noite pensando em descansar, relaxar. A sensação de ter um lugar que é seu, onde quem faz seu tempo é você. Saber que tem alguém lá, te esperando.
Tanta gente busca tantas coisas, e se complica sem necessidade. Exemplo: a menina que trabalha todo santo dia, inclusive alguns finais de semana, vai pra faculdade toda noite, e não tem tempo para apreciar algumas coisas simples como uma foto de um homem bonito, ou passa pouco tempo com familiares. Estes um dia vão-se, e a chance de estar com eles vai junto.
Muito do que preciso já tenho: um lar, uma família, meios para me manter, sem luxo mas confortavelmente. O que eu quiser além disso, vou buscar, mas não vou me sacrificar demais, pois assim corro o risco de perder a chance de apreciar o que já tenho.
A apreciação, o aproveitar, requer prática, e vontade determinada. É uma coisa deliberada, você tem que se decidir a fazer isso. Assim, conseguimos nos equilibrar e viver plenamente. Melhor isso do que viver sempre pensando no que vem na frente, em como conseguir o que quero e ainda não tenho, sempre e sempre planejando e conjecturando. Isso nem é viver, é pensar somente em coisas que não existem (o futuro), e assim não se aproveita o que existe.
A vida está aí para ser aproveitada, então façamos isso.

domingo, 12 de junho de 2011

Contra a “bundamolização” da música brasileira!

Normalmente não gosto do que Regis Tadeu escreve, mas dessa vez achei pertinente. Nunca vi esse clip, mas concordo que essa tal tendência "felizicizante idiotizante" precisa ser denunciada (se é que se pode dizer isso). Além do mais, gosto do Village People!


Contra a “bundamolização” da música brasileira!

Nesta altura do campeonato, eu e você já sabemos o que é A Banda Mais Bonita da Cidade e sua única música conhecida, “Oração”. Mas o que me deixou mais espantado foi como o vídeo desta canção (veja aqui) – na verdade, um plágio descarado do clipe de “There’s an Arc”, do sexteto canadense Hey Rosetta! (veja aqui) – conseguiu encantar tantas almas carentes. Talvez esta carência coletiva precise mesmo de um grupinho de amigos fofinhos, cantando dezenas de vezes uma mesma estrofe enquanto dão um rolê por uma casa que mais parece uma república de estudantes de alguma universidade no interior do Paraná, tudo como agente catalisador de uma pretensa “felicidade coletiva”, como se a vida fosse uma “festa de firma” universitária. Neste caso, o problema está justamente nas pessoas que deram crédito a esta pataquada.

Em uma época em que até o Ministério da Educação e Cultura imprime livros que incentivam erros de gramática, parece claro que, além de um processo de emburrecimento geral da população deste país, estamos assistindo também à “bundamolização” da música brasileira. Só isto explica coisas como Mallu Magalhães, Los Hermanos e outros grupos igualmente desafinados. Agora temos também A Banda Mais Bonita da Cidade e seu som zumbificante e plasticamente alegre, “cheirando a café quentinho e bolo de fubá”.

O que é mostrado no vídeo é, infelizmente, uma parte do retrato de uma grande parcela da juventude universitária brasileira. Uma outra parte, salvo raríssimas exceções, não passa de um bando de bebedores de cerveja quente e de meninas mais preocupadas em arrumar baladas para o final de semana. Duvida? Experimente passar perto de qualquer faculdade de uma metrópole como São Paulo e veja a quantidade de gente vagabundeando nos bares ao redor – em qualquer horário! E não adianta usar a desculpa de que “juventude é assim mesmo”. Não é e nem deveria ser.

Assistindo a este insuportável trambique, fiquei com a sensação de que o tal clipe também prega uma volta aos “bons tempos”, em que pseudohippies de boutique usavam sandália de couro e barbinha “fundo de piscina infantil” e tinham no violão – sempre desafinado – uma arma para levar para a cama meninas vestindo batas indianas e alpargatas com espelhinho. Deus me livre disto!

E como se não bastasse a música aparentar ter a duração de uma aula de Educação Moral e Cívica – quem tem mais de 40 anos de idade lembra o suplício que era assistir a este troço, empurrado goela abaixo de crianças inocentes por um governo militar inescrupuloso -, a canção tem uma letra absurdamente miserável, que sugere que seu autor tenha passado recentemente por uma lobotomia. Qual a outra explicação para “Meu amor essa é a última oração/pra salvar seu coração/coração não é tão simples quanto pensa/nele cabe o que não cabe na despensa/cabe o meu amor!/cabem três vidas inteiras/cabe uma penteadeira/cabe nós dois”? A chatice e a infindável sucessão de sorrisos artificiais aumentam ainda mais a panaquice reinante.

Até mesmo a tentativa de convencer as pessoas de que tudo foi filmado em um único plano é uma farsa. Na verdade, as pessoas não se importam mais em serem enganadas. E elas até pagam para isto – tem gente que saiu de casa na semana passada, em uma noite de frio, para assistir a um “show” em playback da 79ª encarnação embusteira do Village People, não é mesmo?

Ando desconfiado que o mundo acabou mesmo na semana passada. A gente é que ainda não se ligou disso…

quarta-feira, 8 de junho de 2011

"Há novecentos e noventa e nove defensores da virtude para cada homem virtuoso." (Henry Thoreau)